A mais recente pesquisa Datafolha revela um cenário de disputa acirrada na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Ricardo Nunes (MDB) segue à frente com 49% das intenções de voto, enquanto Guilherme Boulos (PSOL) registra 35%. A pesquisa foi divulgada em 24 de outubro, e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento também destacou as oscilações nas preferências do eleitorado, que indicam um segundo turno mais apertado em comparação às pesquisas anteriores.
Oscilações nas intenções de voto: uma disputa mais próxima
Desde o último levantamento do Datafolha, realizado em 17 de outubro, a diferença entre os dois candidatos diminuiu. Nunes perdeu dois pontos percentuais, enquanto Boulos cresceu dois pontos. Embora essa variação esteja dentro da margem de erro, ela reflete uma leve aproximação entre os dois concorrentes. Vale lembrar que no levantamento de 10 de outubro, a vantagem de Nunes era mais expressiva, com 55% das intenções de voto contra 33% de Boulos, uma diferença de 22 pontos. Agora, essa margem caiu para 14 pontos, sugerindo que o cenário está mais incerto.
Votos válidos: vantagem de Nunes se mantém
Quando considerados apenas os votos válidos, que excluem os brancos, nulos e indecisos, a vantagem de Ricardo Nunes ainda é significativa. Ele aparece com 58% dos votos válidos, enquanto Guilherme Boulos registra 42%. Este é o cálculo utilizado pela Justiça Eleitoral para determinar o resultado oficial da eleição, reforçando que Nunes ainda tem a liderança consolidada. No entanto, a diminuição dessa diferença ao longo das últimas pesquisas demonstra que o cenário não está completamente definido e pode mudar até o dia da votação.
Diferenças por segmentos: um retrato do eleitorado paulistano
A pesquisa também mostrou como a disputa se desdobra em diferentes grupos sociais e econômicos. Nunes lidera entre homens e mulheres, pessoas com 35 anos ou mais, eleitores com ensino fundamental e médio, além daqueles que ganham até cinco salários mínimos. Ele também é o favorito entre os católicos, evangélicos, brancos e pardos.
Por outro lado, os dois candidatos empatam tecnicamente em segmentos específicos, como eleitores de 16 a 34 anos, aqueles com ensino superior e quem recebe mais de cinco salários mínimos. Além disso, a pesquisa revela que Boulos não lidera em nenhum dos segmentos analisados, o que indica que ele ainda precisa avançar em certas parcelas do eleitorado para se tornar mais competitivo.
Espontânea e rejeição: índices de conhecimento e rejeição dos candidatos
Na pesquisa espontânea, em que os entrevistados mencionam o candidato de sua preferência sem consulta a uma lista, Nunes manteve 40% das intenções de voto, enquanto Boulos registrou 30%. Esse indicador reflete uma relativa estabilidade em relação ao levantamento anterior, em que Nunes tinha 41% e Boulos, 30%. O percentual de eleitores que declaram voto branco ou nulo também cresceu, passando de 10% para 12%.
A rejeição dos candidatos também foi um ponto abordado pela pesquisa. Ricardo Nunes tem uma taxa de rejeição de 37%, um leve aumento em comparação aos 35% anteriores. Já Boulos apresenta um índice de 55%, praticamente estável em relação aos 56% registrados na última pesquisa. Esse dado revela um desafio significativo para Boulos, que enfrenta uma maior dificuldade em reduzir sua rejeição junto ao eleitorado.
Apoios e mudanças de voto: comportamento do eleitor no segundo turno
Um dos aspectos interessantes revelados pela pesquisa é o comportamento dos eleitores que votaram em outros candidatos no primeiro turno. Entre aqueles que apoiaram Pablo Marçal (PRTB), 74% agora declaram voto em Nunes, uma leve queda em comparação aos 77% da pesquisa anterior. Por outro lado, o apoio a Boulos entre os eleitores de Marçal subiu de 8% para 11%.
Entre os eleitores de Tabata Amaral (PSB), a divisão de apoio também mudou. O percentual de eleitores de Tabata que agora votam em Boulos caiu de 52% para 46%, enquanto o apoio a Nunes subiu de 27% para 35%. Esse movimento pode ser um indicativo de que Nunes tem conquistado parte dos eleitores que inicialmente apoiaram outros candidatos no primeiro turno, o que pode ser decisivo na reta final da campanha.
Comportamento do eleitorado bolsonarista e lulista
A pesquisa Datafolha também investigou a inclinação do eleitorado com base nas escolhas feitas na eleição presidencial de 2022. Entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro (PL), 84% agora declaram apoio a Nunes. Esse número se mantém estável em relação às pesquisas anteriores. Já entre os eleitores de Lula (PT), 66% afirmam que votarão em Boulos, também com uma pequena oscilação de um ponto percentual para mais ou para menos. Esses dados refletem uma divisão política já esperada, com Nunes atraindo o eleitorado mais conservador e Boulos, o mais progressista.
Decisão de voto: firmeza na escolha dos candidatos
Outro ponto relevante levantado pela pesquisa foi a firmeza do eleitorado em suas decisões. Entre os entrevistados, 89% dos eleitores de Boulos afirmaram que estão totalmente decididos a votar nele, enquanto 87% dos eleitores de Nunes também se mostram firmes em sua escolha. Esse dado é importante porque indica que há pouco espaço para grandes mudanças de última hora, embora ainda existam 2% de eleitores indecisos, além daqueles que podem mudar de ideia até o dia da votação.
Perfil da escolha: ideal ou ausência de opção?
Quando questionados sobre o motivo de sua escolha, os eleitores revelaram dados interessantes. Parte dos eleitores escolheu seu candidato por acreditar que ele é o mais preparado para o cargo, enquanto outros declararam que sua opção foi motivada pela falta de alternativas melhores. Esses motivos são comuns em disputas acirradas como essa, onde as diferenças ideológicas entre os candidatos são claras, mas a escolha nem sempre é baseada em uma forte identificação com as propostas de um deles.
Conclusão da pesquisa e expectativas para o segundo turno
O segundo turno das eleições em São Paulo segue disputado, com uma leve vantagem para Ricardo Nunes, que tem consolidado seu apoio em diferentes segmentos do eleitorado paulistano. No entanto, as oscilações nas intenções de voto e o crescimento gradual de Boulos mostram que a disputa ainda está em aberto e pode ser definida nos últimos dias de campanha. Ambos os candidatos terão que mobilizar seus apoiadores e conquistar os indecisos para garantir a vitória na maior cidade do país.